sexta-feira, 22 de julho de 2016

POESIA - ACORDE - THIAGO LUCARINI



Meu amor traja suas vestes mais finas
E repousa agora numa cama especial.

Observo solene o seu imperturbável
Descanso. Peço aos céus em silêncio:

Acorde, acorde, por favor, acorde.”
Mas só recebo o acorde das lágrimas.

Minha amada já não pode me responder,
Pois se vestiu com uma mudez inquebrável

Metamorfoseada num anjo pálido.
Resta-me o sóbrio e amargo luto

Ela não acordará desta vez. Não mais.
O sol que um dia brilhou sobre nós

Trazendo todo o significado da vida
Fora brilhar em outros seres conjugados

Dando intermitente chuva aos meus olhos
E uma súplica de intangível resposta.

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