Acumulando pelos caminhos
Que inutilmente trilhei
Está o lixo das minhas ilusões.
Quantos anéis falsos, quantos sorrisos
E beijos não dados, o carrinho de controle remoto,
O diploma da faculdade, sonhos aleatórios, amores.
Quanta coisa desnecessária, sucata, se acumulou
E hoje, atravancam e entulham meus passos
Para o futuro. Há tanto lixo disperso ao sol, que
Vez ou outra um saco plástico ou um pedaço de papel
Bate na minha cara ou um pedaço de algo corta o meu
pé.
Não há maldita reciclagem para todo este lixo
desgraçado,
Nunca perdido, que deixei no meu caminho.
Vou seguindo, tentando achar nestas ilusões depostas,
Uma flor, mas esta, provavelmente, será apenas
Parte do lixo há muito tempo deixado.
Sendo artificial ou vegetal, a flor nunca,
Nunca fora, de fato, verdadeiramente real.
Nenhum comentário:
Postar um comentário