quinta-feira, 28 de abril de 2016

POESIA - VELHO GOIANO - THIAGO LUCARINI

Velho goiano
Fechado no cerrado
Comedor de pequi
E do pé rachado
Olha para o mato
Da janela do seu quarto
Lembrando da vida caipira
De jogar milho
Para porcos e galinhas,
De lavrar a terra
Para fazer mais tarde
A colheita de alimentos e sonhos
E dar de comer a boca
E a alma dos seus filhos.
Velho goiano
Sertanejo do brejo e da serra
Senhor trabalhador
De poucas coisas,
Mas de eterno esplendor
E gigantesca fé.
Velho goiano sentado
Debaixo do ipê
Olha o horizonte
E vê o crepúsculo descer
E cerrar mais um dia
De santo trabalho

E vida cumprida!

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