O
papel
Tudo
suporta.
Amassado
Calejado
Amarrotado
Rasgado
Manchado
Destituído
De
ser
Perfeito
papel.
Ainda
assim
Suporta
O
existir
Indigno
Pela
nobre poesia.
Como
não pode ser real
Este
querer inumano?
Como
não pode ser real
Este
viver através
De
linhas e rascunhos?
Como
o papel
Tudo
suporta?
E
que poesia é essa
Que
muda e reconduz
Este
papel sem fim?
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