sexta-feira, 15 de abril de 2016

POESIA - PAPEL SEM FIM - THIAGO LUCARINI


O papel
Tudo suporta.
Amassado
Calejado
Amarrotado
Rasgado
Manchado
Destituído
De ser
Perfeito papel.
Ainda assim
Suporta
O existir
Indigno
Pela nobre poesia.
Como não pode ser real
Este querer inumano?
Como não pode ser real
Este viver através
De linhas e rascunhos?
Como o papel
Tudo suporta?
E que poesia é essa
Que muda e reconduz

Este papel sem fim?

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