Antes
o cálamo
Em
pleno voo
Corria
o papel tímido
Abrindo-lhe
o cerne
E
cobrindo-o com seu bálsamo
De
tinta fresca.
Dicotomia
Ele
era faca e curativo.
Dali
poesia nascia
Dia
a dia.
Era
pena da criação
O
icor divino do poeta
A
fluir pelas suas mãos
Através
do coração.
O
cálamo deslizou
Por
caminhos muito além
Do
conhecido papel
Rabiscou
o inverso da alma
Criou
obras-primas do ser
Lírico,
e no fim, escreveu
O
epitáfio do senhor
Das
mãos em que tanto repousou.
E
seu destino próprio
Fora
afogar-se no mar branco
Ali
no papel, no qual, secou seu sangue
Fez
seu último voo para a eternidade.
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