sexta-feira, 8 de abril de 2016

POESIA - CÁLAMO - THIAGO LUCARINI

Antes o cálamo
Em pleno voo
Corria o papel tímido
Abrindo-lhe o cerne
E cobrindo-o com seu bálsamo
De tinta fresca.
Dicotomia
Ele era faca e curativo.
Dali poesia nascia
Dia a dia.
Era pena da criação
O icor divino do poeta
A fluir pelas suas mãos
Através do coração.
O cálamo deslizou
Por caminhos muito além
Do conhecido papel
Rabiscou o inverso da alma
Criou obras-primas do ser
Lírico, e no fim, escreveu
O epitáfio do senhor
Das mãos em que tanto repousou.
E seu destino próprio
Fora afogar-se no mar branco
Ali no papel, no qual, secou seu sangue

Fez seu último voo para a eternidade. 

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