sábado, 23 de abril de 2016

POESIA - CABIDE DE CARNE - THIAGO LUCARINI



O morto
Descido à cova
Livre do rigor mortis
Despe-se de sua carne
Expondo seus cabides
De ossos alvos, que tanto
Deram sustentação
A formação de quem
Este era.
O morto
Apodrecendo
Retira em definitivo
A roupa velha de toda a vida.
O morto
Enterrado
É um ovo choco
Pelado
Expondo a face
Da casca interna
Em sua casa eterna.

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