O
cachorro morto
No
meio do asfalto
Não
completou
A
travessia da pista
Na
vida transitória.
Por
vezes, me sinto
Este
peso incoeso preso
Entre
um algo e outro.
Sou
a velha canoa
Naufragada
no meio do rio,
A
borboleta soterrada
Sob
pétalas perfumadas
No
meio do jardim,
O
amor encerrado
Numa
ligação ao meio-dia,
O
palhaço sem sorriso
No
meio do solitário circo,
O
útero aberto a meia-noite
(meio-termo
bom da criação)
A
morte no meio do caminho
(Termo
decisivo do fim).
Vago
pelas metades
Meia
hora, meio humano,
Meio
homem, meia vida.
Sou
o cachorro morto
Sob
a linha contínua
Amarela
interrompida.
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