quarta-feira, 20 de abril de 2016

POESIA - GOIÂNIA - THIAGO LUCARINI

FOTO: Thiago Lucarini

Em Goiânia reza a lenda
Arde o sol das chuvas de ouro
A abençoar os bravos deste berço.
Ó Goiânia
Pérola do cerrado
De verdes pastos,
Bosques e buritizais
Suas orlas crescem
Em tons de ais sociais.
Mas não falarei
Das dores de vilipêndio
Nem do selo atômico de setembro
Falarei dos singelos amores
Delicados feito um beijo
À margem do Lago das Rosas.
Flor goiana soberana és Goiânia
Erguida em terra santa
Vista toda do alto da Serrinha
Ou do Morro do Mendanha.
Goiânia, qual é a tua sanha?
Ou façanha faceira de ser?
Águas do Meia-Ponte e do João Leite
A untam e ornamentam feito azeite.
Beba sem medo teus ricos símbolos
Desde os esquecidos índios Goyá
Ao amarelo do ipê e do pequi
Filhos áureos do chão de ti.
Dorme Goiânia, seu sono das estrelas
Límpidas. No seio da potente metrópole
Ergue-se senhora no planalto
Fincando suas raízes neste solo
Sertanejo, viveiro de sonhos.
Teu tempo passa e esbalda-se
Seja nas varandas dos apartamentos
Ou nas cadeiras de balanço das fazendas.
Passada a noite, o sono do crescimento
Nas folhas das árvores e jardins
As gotas do orvalho encerrado
Refletem todo o seu esplendor Goiânia
Em sua simplicidade verde cingida
Pela coroa moderna de arranha-céus.
Ó Goiânia pareces menina que cresceu demais,
E por isso, continua tímida e linda

Porém com ares de inconfundível mulher.

Nenhum comentário:

Postar um comentário