Meus
verdes pastos são cinza
Tão
solitários e vagos
Refletem
meu eu triste e opaco
O
que há em mim?
O
que há de mim?
Vagueio,
disperso em memórias
Que
nem de perto me fazem feliz.
Fui
feito para sofrer?
Inteiro
por fora
Mutilado
por dentro.
Minhas
cicatrizes não são belas
Muito
menos sinais de resistência
Elas
são frias e feias na pele exposta
E
refletem minha alma sem flores.
Natureza
morta meu coração sem canto
Incapaz
de atrair vida ou amor. Sou estéril.
Beleza
não há, não há... não há.
Paraíso
imperfeito, até a feiúra me rejeita.
Céu
bendito por que disso?
Pudera
eu ao menos ser chuva
Para
cumprir um ciclo:
Cair,
vivificar, subir novamente e cair outra vez.
Mas
eu só caio, caio e caio.
Quem
me estendera à mão no fim?
Terei
eu uma mão no fim?
Piedade
Senhor, Piedade
Pois
só vejo o mundo
Através
de uma parede de lágrimas.
Que
triste é isso Senhor!
Meu
sol nunca está seco.
Sou
a cólera em dilúvio
Num
homem poeta desértico.
Piedade
Senhor, Piedade.
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