quinta-feira, 28 de abril de 2016

POESIA - PEIXE PULSANTE - THIAGO LUCARINI

Dir-se-á que o rio chora a prisão de seu leito.
Manuel Bandeira

Meu coração
Despencou
Pela ribanceira
Da vida
Indo parar
Nos bolsões
Da curva
De um rio
E ficou por ali
Preso em suspensão
Ouvindo o ulular
Das águas cativas
Cheias de tristezas imensas.

Com o passar do tempo
Meu coração virou peixe
Imbricado no seio das águas
Trocou todos os sentimentos
Por bolhas leves.

Hoje, meu coração nada
Sozinho e colorido
Suspenso nos sonhos
Desta curva do rio

De celas sólidas.

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