segunda-feira, 8 de junho de 2015

POESIA - POETA FRANKENSTEIN - THIAGO LUCARINI

Juntando pedaços
Auriga de sonhos retalhados
Ligando cérebro e coração
Num amontoado de palavras insepultas
Fazendo o desconexo original
Ganhar nexo imparcial.

Veias, terminações nervosas
Estômago, intestino.
Sangue negro flui pelo papel
O corpo da poesia reavivada
No trovão da imaginação na noite.

Poeta Frankenstein
Cientista orador
E sua cria poesia
Saída de túmulos
Mortos empilhados
Rosas sangradas
No peito canteiro,
Fenda para o abismo.

Poesia remendada
Costurada, feita bela
Da mutilação do poeta.

Talvez, nada esteja mais morto ou mais vivo,
Que o poeta intermediário, ambíguo
Indeciso entre a vida e a morte.

Aparição
Quimera humana.
Criador
Criação
Criatura
Poesia morta-viva

Poeta Frankenstein.

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