terça-feira, 2 de junho de 2015

POESIA - PÁSSAROS MORTOS - THIAGO LUCARINI

A lua tombou da noite no horizonte
Trazendo o dia em seus cacos de fases
A luz revelou o encoberto funesto
Durante a noite todos os pássaros morreram
O mundo cobre-se de aves pequeninas:
Duras, patas em riste ao Céu em última oração.
O voo encerrou-se aos penados
(mortos e cheios de plumas).
O mundo achou o mórbido silêncio
Nada canta, nada sussurra.
Só os olhos derramam água salgada
A poesia perdeu parte do seu sumo.
A flor sem o beija-flor agoniza,
A ausência permanente do amante,
Ela triste chora, ficando nua e solitária.
Os pássaros se foram
Cruelmente todos de uma só vez
Sem voo, sem canto, restam lamentos.
Até onde a vista alcança
O mundo reveste-se de penas inertes:

Penas dos homens e dos pássaros mortos.

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