segunda-feira, 29 de junho de 2015

POESIA - A TRISTEZA E O POETA - THIAGO LUCARINI

Sozinho no quarto
Debruçado sobre seus papéis
Estava o poeta em silente e dolente missão.
Naquele átimo de instante no tempo
A Tristeza observava o gentil poeta
E verteu lágrimas na tenra face
Pois achou pela primeira vez
Um ser mais triste do que ela.
Seria amor à primeira vista
Se ambos não fossem tão solitários.


POESIA - JEANS APERTADO - THIAGO LUCARINI

Abraça-me forte
Com todo o desespero dos apaixonados
E arranque este jeans apertado.
Só precisaremos de nossas peles expostas e quentes
Para o que iremos fazer a seguir
Totalmente nus e límpidos

Seremos fotografados pelos olhos do amor.

POESIA - POESIA, PÓ E TRAGÉDIA - THIAGO LUCARINI

FOTO: Thiago Lucarini

Meu ser desmoronou
Cobrindo tudo de poeira
Fragmentos minúsculos do eu partido,
Escorri-me em palavras, poesia vala abaixo
Triste torpor do fim em pó.
A tragédia abata-se sobre o vivente
Padeço alheio ao mundo e mesmo a mim
Resguardo o pouco do que sobrou de alma
Em poesia, pó e tragédia

A tríade da minha criação.

POESIA - COISAMENTO COISATÍCIO - THIAGO LUCARINI

FOTO: Thiago Lucarini

Eu coiso
Tu coisas
Ele coisa
Nós coisamos
Vós coisais
Eles coisam.

Andei coisando
Uma coisa aí
De tão coisada
A coisa coisou.
Eu: o coisador
Não me preocupei na coisação exacerbada
Pobre coisinha, tadinha
Não suportou todo o meu
Coisamento coisatício de amor.
Hoje, não coiso mais,
Pois a Coisa não está ao meu lado

Ela foi coisar em outro lugar.

POESIA - HÉLIO - THIAGO LUCARINI


FOTO: Thiago Lucarini

                                                                       A Hélio Baragatti Neto

Hélio é o nome do deus solar
Mas refiro-me nestes versos
A um homem solar, de verões
Por mais que este conheça as trevas
(não a maligna, longe disso)
Nunca vi ser mais puro e distinto.

A poesia costuma supervalorizar
A estima do objeto ou ser lírico
Creio que não no seu caso
Old friend from past lives.

Me fascina sua continental Afrofilia
E tantos outros encantos Saveiros estelares.
Hélio, pequeno homem, senhor poeta.

Apesar de tudo o que lhe fora imposto
Desde teu bendito nascimento
Nada lhe impediu de domar a vida.
Talvez, a cegueira
Seja-lhe um dom
Uma libertação dos pecados
Vistos, deste mundo
O que passa pelos olhos cárneos não lhe pode sujar a alma
Por isso, quem pode fazer poesia mais limpa que a tua?

Ah, Hélio, Hebane ou como melhor queira
A ti poderia compor muitos versos, textos sem fim
Pois teu ser humano é poético, sensível
E sábio, teus olhos (não os do corpo) são mágicos
Acredite! Veem muito mais que os meus rasos.
Irmão, um memento deste que lhe fala.
Pour mon cher ami, poète et sa poésie distincte et prècieuse

Hugs.

POESIA - SANTÍSSIMA TRINDADE - THIAGO LUCARINI


Pérola da fé incrustada no Centro-Oeste
Brasileiro romeiro vai à antiga Barro Preto
Em adoração ao sacramento e devoção
A Santíssima Trindade de todos os Santos  
— Divino Pai Eterno — Coração do que caminha,
Sob sol quente na aba da crença, pés calejados
Bolhas do sentir e chegar, uma alma ofertada
Ao Deus Pai, incenso sobe aos Céus,
Lágrimas caem ao chão de provação.

O peregrino chega à velha matriz
Raiz da alvorada divina,
Plantada por Constantino Xavier e Ana Rosa de Oliveira.
Extraído do solo sagrado, o bendito casal
Catou o medalhão com a Santíssima Trindade
Coroação da Virgem Maria pelo Supremo,
Nascia na fé uma vasta irmandade.

Rezas, terços, ofertórios, incensários
A Igreja do Pai se fez nas terras de Barro Preto
Milagres e prodígios vieram do Firmamento pela
Interseção da tríade remida, salvos do Calvário.
De joelhos todos os homens:
Glória a Deus Pai e Redentor.
Glória ao Filho, Santíssimo, Messias do amor.
Glória a Maria, Mãe do Sagrado Cordeiro.


Segue a romaria divina!

RESENHA: LIVRO - A HORA DA TORMENTA (LUIS MALDONALLE) - THIAGO LUCARINI


A HORA DA TORMENTA é um grato alento aos olhos de seus leitores. Luis Maldonalle traz uma narrativa intensa e bem construída em torno de uma inesperada tragédia sobre a cidade de Brave Rock que mudará definitivamente a vida de seus habitantes.
A trama carrega em si os dramas vividos pelos moradores da distinta e pequena cidade, que como qualquer outra tem seus dramas e conflitos, aliás, muito bem explorados pelo autor, em seus seletos núcleos narrativos, indo desde a corrupta política, a descoberta de primeiros amores, traição, ganância, relações conturbadas entre pais e filhos, coração quebrado, decepções, religiosidade, doença e sacrifício, e por que não um doce reencontro amoroso.
Os personagens de Maldonalle cativam e te fazem querer cada vez ir mais a fundo na estória e aguardar o que o temível tornado F5 trará a essas personagens. O livro é muito bem estruturado, diálogos certeiros e pontuados com descrições fantásticas. E tudo se encaixando perfeitamente, apesar de a única coisa em comum entre todos os envolvidos da obra ser a Brave Rock e a devastação catastrófica de Sodoma, o furacão.  
FOTO: Lançamento do livro em 18/06/2015

A HORA DA TORMENTA me surpreendeu e é fascinante, visto que Luis Maldonalle saiu da sua área de conforto, embarcando no cotidiano humano, mas penso “O que é mais assustador que o dia a dia humano e suas possibilidades sem fim de tragédias imprevisíveis?
O palco montado Brave Rock por Maldonalle e os integrantes do enredo:
Flack Reedman (filho do ex-xerife Bane, forasteiro indesejado)
Tia Liv e tio Al (A família Reedman)
Moyra Parker (a garçonete do The Diners e antigo amor de Flack e vice-versa)
Donald Heigl  (O caipira teimoso)
Rita Collins, Danny Heigl e Marcos (Os amigos inseparáveis)
Bill Warren [ex-prefeito], Tommy Gunther [o coronel], Horace Cale [o milionário e investidor] e Tim Woodley [atual xerife] formam o fab four contralador de Brave Rock.
Barry Clark Jr. (atual prefeito)
Jaden Anderson (O escolhido de Deus) e seus pais
Elmore Winstone (líder espiritual) e a sua congregação Eterno Amor em Cristo
Collin Dunaway (dono da Brave Store)
Joshua Lockrige (o traumatizado)
Sam Hughes (O mecânico)
Melvin West [marido], Sra. West [esposa] e Daryl Gillian [amante garotão]
Louis e Doug Garris e Spock (irmãos e o cão labrador)
Myra e Marsha Hayes (irmãs; enferma e cuidadora cansada)
Richie Dann (o jovem chantagista)
Ryan Hoger (advogado de Horace)
Tyron Lower e Anne Lower (filho problemático e a mãe mais problemática ainda)
Liam Kershaw (o meteorologista)
Joan Sanderson (assessora do prefeito)
Eyre Doyle (responsável pelo posto de saúde San Peter)
Sra. Palmer e Ava Palmer (mãe e assistente social e filha rebelde)
Andrew [Jobs, o nerd], (peguete de Ava Palmer)
Jim Hardy (o policial)
Johnny Maze (bombeiro).


FOTO: Luis Maldonalle

É maravilhoso como alguns destinos se cruzaram, como alguns se encerrarão, quem viverá? Quem morrerá? Tudo depende de como o dedo de Deus, para alguns do diabo, Sodoma será apontado. Haverá tempo para perdão ou mesmo reconciliação? É na tragédia somente que o amor prevalece! Será?
Em A HORA DA TORMENTA os conflitos pessoais e internos podem girar e rodopiar e até mesmo serem mais devastadores que o próprio furacão a caminho.
Uma obra memorável.

Parabéns, conterrâneo Maldonalle.

sexta-feira, 26 de junho de 2015

POESIA - VENI, VIDI, VECI - THIAGO LUCARINI


Das cinzas sempre me ergo
Sou chama que queima
Sopro que não se estingue
Alma que voa do pó
Flor que nasce da lama.

Sou assim, imparável,
Destemido, lutador.
Não fujo ao que me disponho.
Conquistarei o mundo e o universo
E por fim, farei minha Cloud Nine.

Eterno sonho de um homem só
Que tem um exército na alma calejada
Resiliente a tudo, a tudo.
Serei o meu herói inabalável
Até que minhas pernas falhem
E o meu coração deixe de bater
Serei como Atlas, um titã a segurar o céu.
Um mortal único até mesmo ao olhar a morte.
Veni, vidi, vici.


POESIA - ORAÇÃO AO DEMÔNIO - THIAGO LUCARINI


FOTO: Thiago Lucarini

Maldito demônio que arde no inferno
Renego-te até o fim dos tempos
Deixe-me em paz, não sou sua imagem e semelhança.
Deus, Pai, meu Senhor, soberano
Cristo nas alturas e Espírito Santo
Me protegem e guardam e livram-me.

Maldito demônio que arde no inferno
Que mil espadas de Miguel Arcanjo
Caiam sobre sua cabeça de serpente nefasta
Toda vez, que me fazer comer em suas mãos
O servido banquete do pecado diário.

Maldito demônio que arde no inferno

Só lhe desejo uma última Salvação.

POESIA - A CASA DO SENHOR - THIAGO LUCARINI


Alegrei-me quando me disseram: Vamos à casa do Senhor.
Salmos 122 – 01

Aquele que habita no esconderijo do Altíssimo, à sombra do Onipotente descansará.
Salmos 91 – 01

Meu coração cansado
Alheio a vida funesta
Quase não batia mais
Preso em lamentos e dor.
Até que me disseram:
— Vamos à casa do Senhor.
Perguntei-me que lugar milagroso seria aquele
Duvidoso, fui; pés pesados e pernas cansadas.
Na esquina: aurora dourada bênção dos anjos
A vi, linda e resplandecente, uma noiva de verdade
Simbologia de toda devoção e merecimento de indulgência divina.
Sentei-me naqueles bancos e cheguei de fato ao Céu
Vi a Santidade do Criador num halo invencível sobre o altar
Todo o pesar e angústia se foram, tirei minhas correntes
Meu coração voltou a bater como no dia do meu nascimento.
Vi a miraculosa tríade Pai, Filho e Espírito Santo
Naquele momento eu estava a salvo, protegido
No esconderijo do Altíssimo, à sombra do Onipotente
Pois cheguei a Casa Santa do Senhor
Chamada: Bondade.
Louvado seja o Senhor! Louvado!

PS: Não voltarei mais ao mundo humano
Meu novo endereço:

As Alturas.

POESIA - CLOUD NINE - THIAGO LUCARINI


Tive sonhos altos
Mais altos que as nuvens
Que nove nuvens juntas.
Não sei se minha cabeça
Ou coração subiu as alturas
Estive no Céu em êxtase
Sem drogas ou amor (a maior delas)
Gás hélio, hidrogênio
Em precipitação chovi eu mesmo
Uma chuva colorida desta vez.
Cloud nine high dreams

Um instante de perfeita felicidade.

quinta-feira, 25 de junho de 2015

POESIA - CINZAS - THIAGO LUCARINI

FOTO: Thiago Lucarini

Incendiei-me em teus versos
Fui às cinzas no teu seio de amante
Maduro, rosado, pulsante, o qual
Alimenta este amor em lácteos devaneios
Na cadeia dos sonhos sem fim.
Banhei em fogo, mas não me queimei
Apenas esquentei uma alma antes morta e gélida
Graças ao teu rechonchudo seio
Neste corpo-flor de mulher perfeita.
Imploro a ti dama de solstícios e fascínios
Faça-me cinzas, cinzas, cinzas
Em teus braços de aconchego
Leve-me, gratamente, ao pó do qual saí.

POESIA - LÁGRIMA QUEBRADA - THIAGO LUCARINI

Minha lágrima de tão triste
Quebrou-se no meio do caminho do rosto
Bipartição do sofrer:
Uma se fez duas
Duas se fez quatro
Quatro se fez oito
Oito se fez dezesseis
Dezesseis se fez trinta e duas...
Piedade Senhor, Piedade
Piedade destes olhos frios.
Quantas lágrimas quebradas (tenho)
Para vagarem solitárias
Neste mundo (eu) desabitado.
Piedade Senhor, Piedade

POESIA - CARPIDEIRA - THIAGO LUCARINI

Ó carpideira em polvorosa
Pergunto-me aqui no silêncio
Será que choras assim
Pelos teus?
Quando morre alguém que tu amas
Deixas de lado o rentável teatro da desgraça
E choras de verdade?
E escorre pelos teus olhos fingidos lágrimas ao invés de água barata?
Responda-me carpideira
Responda-me.
Mas não com lágrimas
Pois nestas eu não acredito.

POESIA - PENITÊNCIA DE TÂNTALO E SÍSIFO (EU PAGO!) - THIAGO LUCARINI

Meus pés não tocam o chão
Acorrentado, sou amaldiçoado
Sem o teu amor bendito.
Padeço como Tântalo no Hades
Em sede e fome eternas,
O rio foge a minha boca
Os galhos frutíferos recuam ante meu toque
O amor não habita o meu coração.
Ah, como sofro nesta vida
Feito Sísifo rolo uma gigantesca pedra de esperanças
Ladeira acima, que ao final
Sempre volta para baixo
Passando por cima de mim.
Carrego no corpo penitências dos mortos
Mas sem os seus pecados funestos
Ah, como sofro...

Piedade Senhor, Piedade

quarta-feira, 24 de junho de 2015

POESIA - EDINALVA - THIAGO LUCARINI

FOTO: Thiago Lucarini

                                                                                                         A Edinalva Dias da Silva Amorim

Despontou a primeira estrela da manhã
Apesar de todo brilho e potestade
A estrela era gentil e tímida,
Alma livre de amarras dogmáticas.
As flores, o orvalho, as lágrimas
O beijo do dia nascente no fim da silenciosa noite
Tudo chegava com a alva rainha
Primeira luz do mundo e do dia.

A estrela ganhou iluminância
Virou mãe do cosmos e exemplar esposa do sol, mas
Por vezes, esquecida, chorava seus invernos
Daquele universo cheio, porém solitário.
Pobre estrela sacrificada, sangra sua luz
Em prol da sua constelação bendita.

Estrela-mãe, humilde, não queria privilégios
Tampouco chamar atenção desnecessária
Apenas desejava ser lembrada, como a primeira dos tempos
E da manhã, nos seus sonhos de esposa e mãe.
Edinalva, estrela alva, orava pedindo sabedoria
Alguns dias a fé até podia vacilar, mas ela sempre ia de encontro ao Senhor do Firmamento
E voltava um tanto mais ignescente.

Sonhe estrela alva, Edinalva, sem neve nos olhos
Não se julgue menor que os outros (jamais)
Não o és, lembre-se que fora a primeira flor a brilhar no jardim-céu de Deus.
Sorria, pois todo esquecimento passa, assim como toda dor
No fim só resta o amor, puro amor, da sua constelação
Suas estrelas-crias e cônjuge a amam, nunca duvide disso.

Brilhe! Mãe do firmamento
Guie os sonhos das águas
Os bons sentimentos
Estrela alva.
Edinalva!


POESIA - VALÉRIA - THIAGO LUCARINI

FOTO: Thiago Lucarini

“Quem é aquela boa senhora?
Perguntavam os homens
“Quem é aquela boa senhora com grande espírito de devoção?
Os anjos respondiam
“Valéria é o nome da bendita!

Mulher auxiliadora, prestadora
De serventia ao outro
Ser de servidão a Deus e ao próximo.
Não era Irmã Dulce, nem Madre Teresa Calcutá
Mas segue de certa forma os teus passos
Em busca de santidade advinda dos Céus.
Que belo exemplo
Que bela vida
Que belo nome:

Valéria.

POESIA - UM DIA - THIAGO LUCARINI

FOTO: Thiago Lucarini

Todo grão de areia
(Um dia foi montanha).
Toda gota de água
(Um dia foi oceano).
Toda fagulha
(Um dia foi vulcão).
Todo sopro
(Um dia foi furacão).
Todo o resto de mim
(Um dia foi humano).

POESIA - ROSA REUMÁTICA - THIAGO LUCARINI

FOTO: Thiago Lucarini

A rosa reumática freme
Suas pétalas cariadas.
Relembra saudosa
Do prazer após as luas de sangue
Do afago do beija-flor
Nas noites de quente verão.
Pobre rosa reumática
O amor murchou.

POESIA - FLORES EM CHAMAS - THIAGO LUCARINI

FOTO: Thiago Lucarini

Em outro tempo
Eu plantei
Um campo de flores de papel,
Porém involuntariamente
As reguei com gasolina
E com minhas mãos débeis
Acendi o fósforo.
Agora as minhas flores frágeis
Quebradiças e envelhecidas
Pelo andar cruel e tirano do relógio
Se incendeiam, ardendo em chamas,
Consumindo-se até as cinzas num jardim de pó
Não deixando nenhuma esperança

Nenhum sonho para trás. 

terça-feira, 23 de junho de 2015

POESIA - POETA EM FIM DE CARREIRA - THIAGO LUCARINI

FOTO: Thiago Lucarini

Poeta em fim de carreira
Não teme o Céu ou a Morte
Teme a Controvérsia:
No início, falava da morte empírica,
Lírica e tão ilusoriamente distante.
Agora, próximo a morte de fato
Seus versos versam esbanjando vida

E é a vida que o faz tremer.

segunda-feira, 22 de junho de 2015

POESIA - VERSOS LUCARINIANOS - THIAGO LUCARINI

Espero que do Além-túmulo
Eu possa ver meus versos correrem o mundo
Que eles ganhem distinta distância e alcunha:
LUCARINIANOS, 
Assim como há pelos grandes mestres:
— Versos —
Machadianos
Casimirianos
Cecilianos
Bandeirianos
Alencarianos
Coralianos
Lispectorianos
Moraesianos
Bilaquianos
Verlainianos
Cabralianos
Drummondianos
(...)
São tantos ‘anos’, colhidos
Pelo tempo. Quero ser um.
Quem sabe um dia,
Pessoas lerão estes e tantos outros versos de minha autoria,
E tentarão
Supondo um significado, quando o é bem outro.
Eu rirei feliz, alma coroada destes benditos
Versos Lucarinianos que ao chegarem neste ponto
Não serão mais meus, 
Mas de um poeta morto, profundo e famoso
E não deste poeta vivo, raso e desconhecido
Que vos fala agora nestes versos íntimos e um tanto soberbos.