segunda-feira, 3 de julho de 2017

POESIA - O BALÉ DO BULE - THIAGO LUCARINI



O bule teve seu momento de gala
Um balé único feito de magia rara.

Era ele o príncipe das xícaras bailarinas
Em seus pires-sapatilhas deslizantes no palco à mesa.

As xícaras brilhantes usavam
Saias feitas de bordas açucaradas

E dançavam sobre as rendas doces
Encantadas pela fortaleza do bule de café.

Cada qual esperava ansiosa seja um passo,
Um rodopio ou por um segundo de atenção.

O bule estampava na face quente e tímida, beleza,
E ia conduzindo com graça e leveza as xícaras no balé.

Toda a cozinha festejou o espetáculo bem-sucedido,
Um sonho de Ícaro a fazer inveja às estrelas infinitas.

No fim, as xícaras só saiam da cena esplêndida
Para levar a alma líquida do bule às bocas-cortinas.

19.06.2017

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