O bule teve seu momento de gala
Um balé único feito de magia rara.
Era ele o príncipe das xícaras bailarinas
Em seus pires-sapatilhas deslizantes no palco à mesa.
As xícaras brilhantes usavam
Saias feitas de bordas açucaradas
E dançavam sobre as rendas doces
Encantadas pela fortaleza do bule de café.
Cada qual esperava ansiosa seja um passo,
Um rodopio ou por um segundo de atenção.
O bule estampava na face quente e tímida, beleza,
E ia conduzindo com graça e leveza as xícaras no balé.
Toda a cozinha festejou o espetáculo bem-sucedido,
Um sonho de Ícaro a fazer inveja às estrelas
infinitas.
No fim, as xícaras só saiam da cena esplêndida
Para levar a alma líquida do bule às bocas-cortinas.
19.06.2017
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