segunda-feira, 10 de julho de 2017

POESIA - COROA DE FLORES - THIAGO LUCARINI



Coroa de flores
Na cabeceira do caixão
Simetria de velas derretidas
Circunferência da morte
Coroando a cabeça altiva
Do morto pálido
Em glória póstuma.

Ó morto ordinário
Displicente não dispensa
Um único olhar as flores,
Sua inatividade lhe basta
Mármore deitado
Sem batimento
Sem calor.

Coroa imarcescível de flores
Não se importe com o morto frio
Sua indiferença é ciúme
Pois sua beleza, apesar de efêmera
É eterna, diferentemente
Do morto que só apodrece.

Coroa de flores
Aos mortos jamais!

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