Vejo
um mar de vômitos
Escombros
e decomposição
Urubus
secos voam no alto
Larvas
surfam a onda do momento
Comendo
e bebendo a podridão deixada
Como
rastro de merda no vaso.
As
flores exalam o fedor ocre de urina
Banhadas
em porra criativa,
Diluente
e básica vinda do saco
De
ânsia e enjoo dos arcanos.
Tudo
avesso, carapaça humana
Quebrada,
entranhas expostas
Tripas
cheias de vermes e fezes
Uso
meus ossos como espada
Cortando
a semântica e apagando o léxico.
Tabu
solitário, antilírico, mórbido
Dejeto,
escarro poético, chorume sem lágrimas
Sou
um hemofílico sangrando
Seu
dizer sujo, baixo e promíscuo.
Ardem
as chamas sulfúricas do inferno
Queimando
a velha e pomposa beleza
Lírica
e comportada, enterrando-a
No
pântano do esquecimento amargo.
Fecha-se
o tempo como Praga Divina
Chove
enxofre e navalhas afiadas
Uma
clara violação nesta hedionda
Apoteose
apóetica e profana
Nasce
uma poesia sem significado
E
estruturalmente muito feia.
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