sexta-feira, 28 de outubro de 2016

POESIA - FARSA POÉTICA - THIAGO LUCARINI

Teu rebuscamento excessivo
Causa as tuas palavras
Um frio obsoleto e duro.

No comercial puritano
Perdes a tua alma de verve e mote
E a poesia desce ladeira abaixo,

Talvez, uma gota de promiscuidade
Sarasse este frio de falsos ornamentos postos.
A perfeição é status do que está parado.

A estética dependerá de alguns trincados,
De algumas pontas ascendentes e descendentes,
Pois senão, construiremos apenas linhas e não palavras.

A imortalidade é fixada em atos puros,
Por atos e palavras que falam por si só.
O domínio tenciona demasiadamente as rédeas já rígidas

Levando-as a se quebrarem, liberando no ar
O perfume das flores cadavéricas no armário.
Continuo a repetir sempre que: o poleiro limpo

Demais é sinal de que o passarinho muito, mas muito
Sabidamente está cagando fora de casa, do ninho, da moral.
E merda acumulada por mais distante que esteja, uma hora, fede.

Nenhum comentário:

Postar um comentário