Teu rebuscamento excessivo
Causa as tuas palavras
Um frio obsoleto e duro.
No comercial puritano
Perdes a tua alma de verve e mote
E a poesia desce ladeira abaixo,
Talvez, uma gota de promiscuidade
Sarasse este frio de falsos ornamentos postos.
A perfeição é status
do que está parado.
A estética dependerá de alguns trincados,
De algumas pontas ascendentes e descendentes,
Pois senão, construiremos apenas linhas e não
palavras.
A imortalidade é fixada em atos puros,
Por atos e palavras que falam por si só.
O domínio tenciona demasiadamente as rédeas já rígidas
Levando-as a se quebrarem, liberando no ar
O perfume das flores cadavéricas no armário.
Continuo a repetir sempre que: o poleiro limpo
Demais é sinal de que o passarinho muito, mas muito
Sabidamente está cagando fora de casa, do ninho, da
moral.
E merda acumulada por mais distante que esteja, uma
hora, fede.
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