sexta-feira, 7 de outubro de 2016

POESIA - EMBALSAMADOR - THIAGO LUCARINI

Um rio em Y
De leito seco.

Não há leite
Que reaviva o morto.

Drenam-se as artérias
Cheia de sangue coagulado.

Inserem-se os químicos
Para a plasticidade do corpo roto,

Todavia estes também não dão a vida
Só fazem parecer vivo, maquiam a morte.

Preparo final do corpo aberto,
Livre da vida em seu interior.

O embalsamador conserva o morto presente,
Porém incuravelmente ausente. 

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