sexta-feira, 7 de outubro de 2016

POESIA - AUTOEXÍLIO - THIAGO LUCARINI

Proporcionalmente
Ao copo que se enche

Esvazia-se o corpo
Dos seus sonhos.

O álcool abre as papilas
Da língua em cristais diáfanos,

Entorpecendo os sentidos
Para serem esquecidos.

Os sonhos banham os neurônios
Com a rebeldia ante a vida objetiva,

São uma falácia da esperança,
Do devir nunca vindo ao eu.

Entre encher o copo e esvaziar o corpo
Um autoexílio do cotidiano ordinário.

Sonhar, ficar bêbado são uma rota de fuga
Do estranho meio que não apetece à alma.

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