Tropeçam os faróis caindo
No mar e afogando-se no sal.
As rosas cortam seus pulsos
Nos espinhos esvaindo-se do perfume.
As borboletas calejadas sacodem
Suas cores deixando-as no chão cinza.
Os pássaros com o último canto
Arrancaram suas asas, não querem mais voar.
As estrelas tombam na escuridão
Curto-circuito no Universo peculiar.
A chuva nega-se a cair
Vergando os pilares do céu.
Os prédios caem de joelhos
Revogando o riste imposto.
Os homens estouram seus sonhos
Feito bombas atômicas nos cérebros.
As orações regressam ao seu suspiro de origem
Negando veementemente consolo à alma.
A morte entediada e cansada entra em greve
Deixando aos vivos o azar da eternidade entre si.
É o fim! É o fim!
Mora a última esperança na inocência,
Pois cabe a esta dar candura
Aos olhos duros e desistentes.
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