As cicatrizes crescem no gelo
Numa angiogênese estalante e trivial.
São teias de morte do lençol glacial.
As fissuras lentamente se espalham
Trincando o oceano liso, vítreo, dando rugas
A linearidade fria, a perfeição desfaz sua pele
gelada.
Trovões surdos escoam sob o gelo frágil,
Quebra-se o inverno, é tempo de degelo.
As cicatrizes, ranhuras sem cura, mordem o frio.
O gelo sem futilidade perde sua majestade
E vai se desfazendo, se liquefazendo, devolvendo
As águas o bálsamo de o seu respirar, até o próximo
inverno.
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