sexta-feira, 19 de agosto de 2016

POESIA - OS OLHOS DA CIDADE - THIAGO LUCARINI



A noite cai
E cada prédio sonolento
Vai abrindo olhos luminosos.

Que vida estes olhos veem?
Que sonhos estes olhos projetam?
Há neles baço e remela?

A noite avança.
Destemido o prédio continua de pé
E os seus olhos vão se apagando.

É um moderno cupinzeiro
Plantado no chão do cerrado,
Só que dele, os olhos não voam,

Pois são janelas estáticas e frias,
Que não têm asas nem luminescência
Própria para avistar maiores horizontes.

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