Não fazer o que devemos
fazer
nos condena tanto quanto
fazer o que sabemos ser
errado.
Andrew Pyper
E cada dia será uma guilhotina
A amputar um pedaço da metade
Abandonada e triste que me sobrou.
A cada descida afiada da lâmina
Vai-se algo meu. Hoje meus olhos perderam
As cores das flores. Ontem o canto dos pássaros
Tornaram-se agulhas em brasa
Aos meus ouvidos. E amanhã
O quê levará de mim a lâmina?
Vou esmorecendo em apatia, dono
De um crepúsculo monocromático.
Maldita! Mil vezes maldita por
Por tudo o que levaste de mim
Deixando-me com a mixórdia do beijo diário
Desta guilhotina a arrancar-me nacos da alma.
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