quinta-feira, 27 de agosto de 2015

SONETO - POETA VOYEUR - THIAGO LUCARINI

Ele expõe seu sexo no papel
Flor branca de hímen rompido
Pelo carvão do lápis abstraído
Do tesão de uma plena lua de mel.

Sem pudor ele mostra sua carne
Aberta em ferida, aberta no cio
Ileso quer que todos vejam seu fio
De criação masturbatória sem alarde.

Ah, o êxtase do poeta exibicionista
É mostrar sua nudez intimista.
Resultado da cópula insana
Entre mente visceral e carne egoísta. 

A poesia obscena destrava a moralidade
Antilírico, ambíguo, bálsamo vaginas, anal, surreal.
O voyeur despeja seu gozo no aprazível  olho alheio
Esperando dar-lhe a semeadura de novas ideias. 

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