quinta-feira, 13 de agosto de 2015

POESIA - PASSADO DO PONTO - THIAGO LUCARINI

FOTO: Thiago Lucarini

O açúcar queimado,
Passado do ponto
É negro e amargo.
A flor murcha e enrugada,
Passada do ponto
Não tem perfume, e é
Abandonada pelas abelhas e beija-flores.
O humano no limítrofe,
Passado do ponto
É morto pálido de lábios roxos
Passado um pouco mais do ponto
É um morto azul anil, podre, podre.
A sepultura fria é prisão,
Passada do ponto
É sinal do Juízo Final
Enfim, parusia da salvação.

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