quinta-feira, 13 de agosto de 2015

POESIA - MELANCOLIA DE FIM DE TARDE - THIAGO LUCARINI

FOTO: Thiago Lucarini

Só que ninguém poderá ler no esgarçar destas nuvens
a mesma história que eu leio, comovido.
Ferreira Gullar

O dia veio e está quase indo.
Sentado à janela do meu quarto
Vejo o sol se pôr
Vou lá fora, rego as plantas
Estrelas ameaçam aparecer
O sol trêmulo resiste em vão
Meu coração pulsa devagar
Minha mãe mexe as panelas do jantar
Só tenho raiva da escandalosa panela de pressão
Quebrando a linearidade daquele encerramento
Talvez, eu seja a maldita panela de pressão.
Volto ao meu quarto; para minha janela
O sol afoga-se no horizonte
Lhe dou o meu luto pela sua morte de hoje.
Realmente sofro minha melancolia do anoitecer,
Escurece o mundo, escureço eu.
Mas logo me esqueço de tudo
Nova musa desponta no céu.
Minha mãe me chama
Por enquanto, vou jantar
No cardápio do poeta temos:
Poesia, melancolia, sol, lua e misto final do dia.

Amanhã à tarde, com certeza, tudo será diferente.

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