sexta-feira, 28 de agosto de 2015

SONETO - MINERAL - THIAGO LUCARINI

Nestas artérias do corpo avesso
De sangue ralo correm minerais
Sódio, potássio, cálcio, ferro, os principais
Triste, nenhum mineral compõe soneto.

Todo mineral é estéril, como amar?
Nenhum deles é precursor de amor
Muitos matam; cruéis semeiam dor
Estou cheio deles, sou sal sem mar.

Ouro, arsênico, mercúrio, chumbo, cobre
Tão pesados, inorgânicos, e eu torvo nobre.
Redundância e mentira periódica e estruturada.

Fico tabelado inspirando nova composição
Um mineral inverso, frutífero de abolição.

Um mineral receptor, transportador de amor.

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