sexta-feira, 28 de agosto de 2015

SONETO - INVERNIA - THIAGO LUCARINI

Tempo fechado, chuva de granizo
Gelo caiu do céu acumulando martírio
Tudo murchou, tudo ficou cinza, até meu lírio
Conhecidamente branco chamado de sorriso.

Juntou o branco dos dentes ao branco da neve
Invernia inercial, inversa, polar, tirou meu lar
Foi-se o calor, a felicidade, lama branca a soterrar
Sonhos solares. Nada resta além de um suspiro breve.

Pessoas cristalizadas brilham pela primeira vez
Brilho da morte congelada, fria acidez.
Branco luto do céu infernal, invernal.

Degelo desconhecido, cantiga antiga
Anunciava a vinda da inimiga.

Dorme terra, dorme homens, o sono de invernia.

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