segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

POESIA - SR. CÔMODO PARADO - THIAGO LUCARINI



 
O Sr. Cômodo Parado
Era um velho estático.
Fora um embrião quieto
Uma criança sonolenta
Um jovem vegetativo
Um adulto moroso e imóvel
Sua languidez cansa até as preguiças
Sua inércia é invejável pelas estátuas.
Não existe nada mais basal
Que o Sr. Cômodo Parado.                               
As plantas têm mais movimento que ele
Não, não, ele não está em coma
Não que faça muita diferença
Se ele estivesse preso a um leito.
O Sr. Cômodo Parado é um caso raro
Um espectro de gente, uma cópia de poste
O cúmulo da letargia e comodismo
O rei nato do sedentarismo.
Um homem eterno, pois
Para ele até o ato de morrer
Daria trabalho demais.

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