segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

POESIA - ESTRADA VICINAL - THIAGO LUCARINI



 
Uma estrada vicinal
No meio do nada
No meio da alma
Mas próxima o suficiente
Das coisas urbanas
Não está vacinada contra
Toda horda de entulhos
Despejada em suas bordas.
A rua de terra batida recebe
Móveis esburacados, lixo orgânico
Animais mortos, corpos humanos.
Abriga, a rua, a tudo de graça
E não ganha nada, por ser
Pobre, vagabunda, feita
De terra, capim sem valor
E estar no meio do mar
De nada dos porcalhões.
A rua nada tem nem mesmo
Flores em seu jardim marginal.

Nenhum comentário:

Postar um comentário