quarta-feira, 14 de outubro de 2015

POESIA - SORO PENTOTAL SÓDICO - THIAGO LUCARINI

Letal
A verdade inconfessa.
Que jamais deve ser dita
Vista ou questionada.
Verdade sibilina
Poucos a querem
Muitos a temem
Hálito de agouro
Funesto.
Arrancam-se os dentes
A língua bífida de serpente
Engolem-se as palavras
Paradas na garganta
Como se uma corda
Enforca-se o pescoço.
Triste verdade enraizada
De anunciação esperada.
Chove Soro Pentotal
Na veia seca e rala
Numa questão invariável
De segundos segue
Uma enxurrada de verdade
Da qual não se pode
Voltar atrás ou enxugá-la.
Seus desastres naturais
Devem ser fortemente

Suportados.

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