O que não parece vivo, aduba.
O que parece estático, espera.
Adélia Prado
Vou
catando os destroços
Os
pedaços esfarelados
Os
cacos quebrados
Aquilo
que caiu de mim
Feito
uma árvore se desfolhando
Para
ser nua no límpido outono.
Vou
catando os despojos
Os
restos de guerra interna
Os
dentes pousados no chão
O
líquido jorrado do coração.
Vou
catando sem ser estático
Sem
deixar nada para adubar
O
rastro deixado. Tudo o que caiu
De
mim é meu! Serve apenas
Para
compostagem própria.
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