FOTO: Thiago Lucarini
Eu
já não sabia se a chuva constante
Vinha
das altas nuvens ou de mim.
Não
havia mais qualquer diferença
Eu
chovia, chovia e chovia
Gotas
de prata líquida
Desfazendo
a alma
Em
pura água sem ofício
Água
que não mata sede
Nem
abastece rios ou mares.
Essa
chuva é de mim para mim,
Alaga
apenas este corpo seco,
Molha
os pulmões cinzentos
E
quase afoga o coração.
Sou
uma chuva persistente
Sem
previsão de passar.
Estes
olhos são a parada derradeira
Destas
águas melancólicas e internas.
Só
me resta chover, na esperança
De
algum dia ser tempo de sol.
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