segunda-feira, 5 de outubro de 2015

POESIA - FRUTO IDIOTA - THIAGO LUCARINI

FOTO: Thiago Lucarini

Sou fruto idiota
Abrindo-me,
Faceiramente
Expondo meus gomos
Dando meu sumo
Cheio de açucares
A quem não merece
E só fere minha casca.
Dei-me voluntariamente
E usaste-me
Tiraste o melhor de mim
Deixando o bagaço
Descartável
Fibra mastigada
Cuspida.
Devia ter-me azedado
Ser vingativo
E caído verde do pé
Assim abriria sua fome
E quem sabe
Tardiamente aberto
Sua consciência.
A fome sempre
Ensina melhor

Que a saciedade.

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