quarta-feira, 14 de outubro de 2015

POESIA - O NEGRO CONTO DE FADAS - THIAGO LUCARINI

Ato I

Tudo começou lindo
Abóbora virou carruagem
Trocou chinelos por sapatinho de cristal
A plebeia ganhou nobreza (titular)
E um Príncipe Encantado
Com juras de amor eterno
Amor a perder de vista.

Ato II

Dia a dia, cotidiano
A pior bruxa é o destino enfadonho
A condenar os amantes ao marasmo.
Pobres tolos encantados
Cristal quebrado
Princesa borralheira
Sapo príncipe
Amor fadado na linha do horizonte.
Trágico... trágico...

Ato III

Separação de bens
Divisão dos filhos
Dos bichos, do reino
Cada qual para o seu lado.
Único encontro: reunião escolar dos filhos.
Ela pensa: “Ele mais parece um ogro.
Ele pensa: “Ela é um dragão sugador.
E esfregam nas fuças um do outro
Seus novos e melhores amores encontrados.

Ato IV

Com os novos pretendentes a tragédia se repete
Príncipe e princesa voltam com o rabo entre as pernas,
Reunificam os bens, os filhos, os bichos e o reino.
E são felizes, pois no fim, são mesmo encantados

Pertencentes, um ao outro, mesmo no mais negro lado do conto de fadas.

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