terça-feira, 22 de setembro de 2015

SONETO - DILÚVIO - THIAGO LUCARINI

FOTO: Thiago Lucarini

Olhe para o horizonte e veja
O manto de água que vem caindo
Dando ao mundo livramento da sede labirinto
Talvez, iludidamente como a chuva eu seja.

Só que caio sempre do mesmo ponto
Sem dissolução quando estou em dilúvio
Despenco inteiro do céu formando deflúvio
Não me faço em poças, duro chego feito confronto.

Quando meu dilúvio encontra a tempestade natural
Nos fundimos, conjunção de híbridos e atemporal
Pois chovemos em castigos ou milagres

Em qualquer estação, além de 40 dias e 40 noites, além de vãs ações
Somos dilúvio mesmo sem água, antígenos raros as precipitações

Fazemos a ligação entre Céu e terra, homens e nuvens. 

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