O
tempo encarrega-se
De
apagar o rosto do morto.
Um,
dois, dez, vinte anos
É
possível lembrar-se das mãos
Dos
pés, do corpo, mas não do rosto.
Os
ponteiros retalham o defunto e
Igualmente
olvida-se a voz,
O
cheiro, a sensação do toque.
O
tempo devora as faces opacas
Antes
amadas, depois da sepultura
Igualmente
faminta, faz do rosto
O
esquecido, lembrado na foto
Enquanto
ainda sorria e não era
Um
espaço vago na memória.
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