Há gente que se infiltra
dentro de outra, e aí mora,
vivendo do que filtra,
que subtraiu para fora.
João Cabral de
Melo Neto
Minhas
raízes foram invadidas
Cupins
estão entrando, comendo
Roendo
o oco do meu coração.
Parasitas
infestam-me
Sou
hospedeiro, de tudo
Bem
e mal, vermes, insetos
Deuses
insossos e apocalípticos
E
pessoas, o melhor
e
o pior de tudo isso,
Pois
para este último
Não
há remédio eficiente
Além
da morte, que também
Hospeda-se
em mim, desde
Meu
nascimento verde.
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