quinta-feira, 24 de setembro de 2015

POESIA - POETA ESTÁTUA - THIAGO LUCARINI

FOTO: Thiago Lucarini

Gosto de estar parado
Não no sentido literal
Mas observando a vida
Que se abre ante a mim
De graça, sem cortina e bela
Expondo sua graça
De teatro fresco e livre.
Fico estático,
Esqueço de falar
De pensar
Sem léxico ou semântico.
Me perco no observar
Traduzindo o vulgar
Em poesia mais vulgar
Pois neste instante
Não há padrões e concordância
Só sentimento imortalizado.
Fico assim quietinho
Sendo mais árvore que gente
Mais poste que pessoa
Mais estátua que humano.
Corpo imóvel
Olhos de pedra na vida

E nos seus desenrolares.

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