Avança a guerra
Sobre os campos dos meus sonhos.
Queria eu a leveza de um último baile noturno,
Damas, uma transa, gim, cigarros e uma eterna valsa,
Uma ilusão para as trincheiras do impossível amanhã
Cheias de fins, de expectativas falidas, de almas
idas.
Queria um trago, um gole anestesiante de álcool,
Não pensar já que sonhos são pó, só dançar, de pé
sobre
Meus ossos que pousam derradeiramente sem bandeira sem
jardim
Numa vala esquecida sem cores, na fuligem sem perfume,
fora da paz.
Caem os sinos uivantes da igreja, tomba a cruz do alto
da capela,
Silva o diabo alimentado, o riso do mal no cair de uma
bomba.
Avança a guerra!
Permaneço
C
a
i
n
d
o
Caído.
Egoísta, queria eu dançar fora da linha,
Fora do ritmo do azar dos mortos.
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