Perdi tanto do céu azul
Ao calar meu voo de passarinho
No canto calmo da solidão.
Fiquei à sombra da árvore,
Vendo todos seus frutos madurarem
Bem longe da famigerada tempestade.
Muitos colheram os frutos, enquanto passei fome.
Não me arrisquei através do temporal, não pedi,
Nem tive coragem de subir nos galhos
E aventurar-me pela necessidade básica da vida.
Da árvore tampouco fruto algum caiu.
Sou passarinho inútil e faminto
Esperando misericórdia e pena.
Um incompetente pleno à vida.
Não tenho voo, comida, ninho ou sorte,
Pois desprendido estou até a morte.
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