segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

POESIA - CONCHA DE NÁCAR - THIAGO LUCARINI

Uma concha
Plantada na areia branca da praia

Foi ali semeada
Depois de ser arrastada por um rebanho de ondas alvas.

A concha é uma rosa de nácar.
Uma rosa de uma pétala só

Onde se guarda o som do mar.
O vento bem que tenta, mas não a desfolha,

Pois a concha-rosa é quase rocha,
Quase santa pedra do mar sem afogados,

É o berço da Vênus pintada,
Abrigo das espumas, um lar.

Suga a vazia concha do seu jardim estéril
Forças para soberana sobre a areia reinar.

Humildemente a concha cede casa às eternidades simples, maresia,
Para que algum homem desavisado leve consigo um pedaço de nácar do imenso mar.

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