Uma concha
Plantada na areia branca da praia
Foi ali semeada
Depois de ser arrastada por um rebanho de ondas alvas.
A concha é uma rosa de nácar.
Uma rosa de uma pétala só
Onde se guarda o som do mar.
O vento bem que tenta, mas não a desfolha,
Pois a concha-rosa é quase rocha,
Quase santa pedra do mar sem afogados,
É o berço da Vênus pintada,
Abrigo das espumas, um lar.
Suga a vazia concha do seu jardim estéril
Forças para soberana sobre a areia reinar.
Humildemente a concha cede casa às eternidades simples,
maresia,
Para que algum homem desavisado leve consigo um pedaço
de nácar do imenso mar.
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