A parede
Ofereceu sua amizade
A cadeira.
Próximas, viviam bem,
Porém a cadeira todos os dias
Ao ser arrastada, ralava um pouco
Da parede até então intacta.
Todo dia, ia embora um pouco de tinta,
Um tantinho de cimento. O buraco
Foi-se abrindo. A parede fiel
Sem poder se mover a tudo suportava,
A cadeira não se sentia culpada por nada,
Pois era indiretamente que machucava a parede,
Aquela que lhe ofereceu desinteressada amizade.
A ferida cresceu, cresceu e cresceu
Até achegar ao ponto em que a parede
Não suportou mais o próprio peso
E desmoronou matando a cadeira.
Findou-se a casa,
E a amizade.
Indiretamente.
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