Os
vivos se reúnem
Em
torno do banquete
Dado
pela boa-morte.
No
centro, o morto,
Sem
expressão ou objeção.
O
corpo fresco é comida pronta,
Porém
fria e sem gosto, mesmo
Sendo
temperado com lágrimas salgadas
As
papilas gustativas da língua da cova
São
pouco exigentes quanto a sabores.
Café,
biscoitinhos, suco, água mineral
Os
vivos se reabastecem sem miséria.
Igualmente
a sepultura maquiavélica
Abre
sua faminta bocarra
Esperando
sua gentil parcela,
O
morto, para mastigá-lo,
E
abraçá-lo com seu estômago,
Para
digeri-lo lentamente
Em
toda a sua paciência.
Nenhum comentário:
Postar um comentário