FOTO: Thiago Lucarini
Toco
o papel
Silente
ofício
(de
desejo sem culpa)
Desta
caneta fálica
(criativa
e sôfrega)
E
seu útero branco.
Toco
a folha
(receptiva
e exalante)
Com
as pontas gentis
Dos
dedos cálidos
(ela
se abre encantada)
Inicio
este vai e vem
De
memórias e fatos
(ritmados
e devassos)
Introduzo
tanto de mim
(ereto
e sensível)
Me
entrego completo
Indo
ao insidioso fundo
Deste
papel apertado
Rompendo
o hímen de celulose
(o
bloqueio abre as portas)
Gozo
no fim para mim
(e
outros tantos observadores)
Voyeur de palavras
Com
essa escrita autoerótica,
Masturbatória
concepção
De
ideias líquidas pousadas
Peroladas
no papel berço
(seiva
das estrelas da imaginação)
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