sexta-feira, 4 de março de 2016

POESIA - MÁSCARA PÁLIDA - THIAGO LUCARINI



Essa máscara pálida,
Lisa, sem marcas,
Ontem estava corada.
Hoje, rendas finas
E crisântemos embalam
Seu sono eterno
O ventre deu seu último fruto.
Lágrimas cálidas
Escorrem silentes
Embaçam o rosto impassível
É minha, a chuva, a cair
E derramar-se. Choro
Por nós. Velas derretem,
Meu coração de parafina
Igualmente se esvaí na chama
Fria da morte calculista
Que chegou pela tragédia
Do imediatismo. Duro realismo.
Fica de nós, um filho.
Desce à sepultura três corações:
Um morto; dois vivos.
Mãe; pai e filho.

Nenhum comentário:

Postar um comentário