sexta-feira, 4 de março de 2016

POESIA - NOJO - THIAGO LUCARINI




Tenho nojo de mim
Aversão deste pensamento
Desta massa disforme
Reflexo desses olhos trincados
Dessa coisa quebrada que sou.
Sou o vômito, o escarro,
O sangue coagulado,
Os vermes ácidos da podridão.
Sempre estive muito mais perto
Da decomposição do que do florescer.
Sou a escória, o pária
Uma alma sebosa, suja
Cheia de ranço e corrupção
Envenenado pelo pecado.
Sem liberdade sem banho
Causo asco e repúdio.
Nojento, nada lúdico
Pereço na crueza da vida.

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