segunda-feira, 28 de março de 2016

POESIA - ESPANTALHO - THIAGO LUCARINI

O corvo crocita
Pôr do sol
As sombras invadem
O fim do dia
Faz frio.
No meio do milharal
O espantalho desperta
Ao longe um corvo crocita
Seu arauto de mau agouro.
Silencioso, o espalhado,
Desce do seu pedestal
De cruz sem redenção
Um corpo vazio possuído.
O corvo crocita
Mas ninguém da atenção.
No final do outono
Os grãos estão maduros
Os frutos estão no ponto
O espantalho renovado
Segue para última messe
O corvo crocita.
O espantalho vai pela noite escura
Colher seus frutos humanos
Obter sua vermelha restituição.

O corvo crocita.

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