sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

POESIA - TRÊS REIS CEGOS - THIAGO LUCARINI



Ali havia três reis cegos e surdos-mudos.
Seus reinos majestosos, de limites iguais

Viviam em plena paz e prosperidade.
No segundo dia da semana, à segunda hora, o rei do segundo reino,

Começou a enxergar, apenas. Feliz pelo milagre
Logo começou a expandir seus domínios, invadindo

Os reinos dos seus outros vizinhos, afinal, eles não veriam.
No dia posterior, o rei do terceiro reino, à terceira hora, passou a enxergar e a ouvir,

Tão rápido quanto soube das novas, mandou seus homens moverem
As cercas sobre a divisa do reino do rei primeiro, e começou a travar

Guerra contra o segundo. Cinco dias após, à primeira hora, o rei do primeiro reino
Passou a enxergar, escutar e a falar, assim que tomou consciência

De todo o ocorrido, da desgraça que seus vizinhos causavam em nome
De poder e terras, ficou desolado e triste. Tinham eles sido abençoados

Com um milagre inexplicável e bendito, só para entrarem em conflito.
Desgostoso com tal situação, o rei primeiro, rogou à alva do destino

Que lhes devolvesse a condição original. Imediatamente, a Estrela
Atendeu ao seu pedido, e os três reis voltaram a ser completamente

Cegos e surdos-mudos. Varrida toda a vaidade e egoísmo
Os três reinos banharam-se em boa e plena paz novamente.

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