Voa alto o urubu
Avaliando a vida
Em busca de morte.
Sob o sol mormacento
Vê falsas convicções caírem,
Vê alicerçarem-se razões óbvias.
Vê os homens trôpegos,
Mas por estes não se interessa,
O urubu vigilante espera
Apenas carniça sincera.
No início da tarde o céu se fecha,
E continua o urubu com fome severa
Entra de luto seu estômago,
Sede abate seu ânimo altivo.
Nuvens carregadas manifestam-se.
Rapidamente chove sobre o urubu
Matando sua sede indefesa.
Só a chuva pura para lavar
Sua negritude indissolúvel.
Segue fundido ao céu de chuva
O urubu pleno de fome,
Porém sem sede, é deus.
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